Dezembro de 2017
No fim de outubro, sedes de organizações culturais e artísticas relacionadas com a Federação Anarquista Gaúcha (membro da Coordenação Anarquista Brasileira) foram visadas pela polícia. Há informação de que o mandado da ação policial mencionava a FAG/CAB pelo nome. A operação diz respeito a um suposto grupo criminoso, que seria responsável por ataques contra viaturas policiais, bancos, delegacias e concessionárias de veículos desde 2013. Num dos locais vistoriados foram apreendidos computadores, telefones e livros do grupo cultural que o mantém. O delegado que chefiou a operação afirmou que prisões poderão ser autorizadas pela Justiça no próximo período.
No fim de semana seguinte, uma reportagem da Rede Globo (no programa Fantástico) tentou incitar a opinião pública contra os movimentos sociais e o anarquismo. Apresentando de forma sensacionalista a operação, a matéria insinuou que o movimento anarquista seria o realizador de “atos terroristas”. Trata-se de uma “frente única” entre a polícia do Estado burguês e a grande mídia para atingir uma organização de luta dos trabalhadores e dos oprimidos, que tem se colocado contra os ataques dos capitalistas e poderosos.
Manifestamos nossa solidariedade à FAG/CAB e aos demais grupos atingidos por essa operação, pois sabemos que os mesmos métodos podem amanhã ser usados contra nós e outras organizações da classe trabalhadora. É preciso dizer com toda clareza que um ataque contra um dos nossos é um ataque contra todos nós. Criminoso e terrorista é o Estado burguês que desrespeita os mínimos direitos democráticos e sociais do povo, da condenação de Rafael Braga à “reforma trabalhista”. É este Estado, seus órgãos e representantes que merecem o ódio dos trabalhadores. Apesar dos nossos humildes recursos humanos e materiais, nos colocamos à disposição para construir atividades de solidariedade nos locais em que possuímos presença.