No dia 1º de maio, dia internacional dos trabalhadores, nós do Reagrupamento Revolucionário intervimos nos atos independentes da esquerda e dos trabalhadores em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Seguro. Fomos em iniciativas puxadas pela CSP-Conlutas, grevistas e organizações da esquerda, bem como nas ações convocadas pelo movimento VAT (Vida Além do Trabalho), pelo fim da escala de trabalho 6×1. Distribuímos o material abaixo, levantando algumas questões centrais para a classe trabalhadora hoje.
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Abaixo, veja algumas fotos, vídeos e transcrições das nossas intervenções. Criticamos acima de tudo as tentativas daqueles que apoiam o governo de Lula/PT com direitistas e que fizeram atrelar o dia do trabalhador às forças patronais e de colaboração com a burguesia e o grande capital nacional e internacional. Isso ficou demonstrado nas ações das grandes centrais sindicais que convidaram para seus atos-show até mesmo políticos abertamente direitistas e bolsonaristas, como Claudio Castro e Tarcísio.
Intervenção no ato do VAT (Madureira, Rio de Janeiro)
📺 Link do vídeo:
Boa tarde! Sou militante do Reagrupamento Revolucionário. Quero saudar esse ato porque o dia 1º de maio, dia do trabalhador, é um dia para lutar pelas pautas do trabalhador. Não é um dia para sentar com os inimigos do trabalhador, como infelizmente está se fazendo aqui perto, com um prefeito que remove camelôs, que impede o trabalhador precarizado de trabalhar. Então, é importantíssimo atos como esse, companheiros, para falar à população.
Os patrões, a todo momento da história desse país, falavam que se o trabalhador melhorasse um pouquinho de vida, por mínimo que fosse, isso iria quebrar o país, iria arruinar a todo mundo. Têm jornais [patronais] que diziam que o fim da escravidão iria arruinar com a economia do país. Do 13º salário, de férias remuneradas, inclusive o [jornal] O Globo, falava que iria arruinar o país e destruir a economia. O país não acabou, porque o trabalhador manteve esse país funcionando. Acabar com as escalas [de trabalho] desumanas, como a 6 por 1 [6 dias de trabalho e 1 folga semanal] não vai quebrar o país, vai apenas tirar um pouco da riqueza dos patrões multimilionários, cuja maioria nem mora no país, estão em Nova York, Miami ou Paris. Vai apenas permitir aos trabalhadores viver um pouco melhor. Limitar as exportações [do agronegócio] de carne e outros itens necessários à vida do trabalhador, para que os preços diminuam no mercado, não vai acabar com o país, não vai quebrar a economia. Só vai quebrar fortunas que são imorais dos bilionários, que vivem da exploração do trabalhador.
Então, companheiros, temos de ter isso em mente todos os dias, todas as semanas. O VAT [Vida Além do Trabalho] é uma iniciativa a que toda a esquerda deveria se somar, juntos, porque é uma luta que interessa a todos nós. Para não aceitarmos de governos de coloração nenhuma, nem ataques e nem conciliação com os piores inimigos da classe trabalhadora, [alguns dos quais] estão aqui perto, e vieram falar hipocritamente. [Referência ao convite feito pela CUT ao prefeito e ao governador do Rio de Janeiro no Parque Madureira] O dia 1º de maio é um dia de luta do trabalhador! [Aplausos]
Intervenção no ato convocado pela CSP Conlutas e organizações da esquerda (Praça Mauá)
📺 Link do vídeo:
Bom dia, companheiros. O dia do trabalhador é um dia para refletir sobre a situação da nossa classe e para lutar. Não é um dia para supostamente “comemorar”, chamando políticos de direita, chamando governantes bandidos, que atacam os trabalhadores, para estarem junto com a gente. Por isso eu saúdo esse ato pela força e coragem de mostrar que o 1º de maio não é para isso.
Infelizmente nossa classe está num mato sem cachorro, companheiros. A maior referência dos trabalhadores do Brasil é em torno de uma figura, Lula, e de um governo que foi visto como única alternativa existente para combater o bolsonarismo. Mas eles só mostram dia após dia, semana após semana, que colaboram com neoliberais, inimigos da classe trabalhadora, golpistas. É um governo que tem bolsonaristas até nos seus ministérios. [Esse governo] acaba de fazer um PL que não concede os direitos [necessários] aos trabalhadores de aplicativo. [Lula] fez um pronunciamento a favor da Palestina, mas não rompe nem bloqueia as relações militares e comerciais com Israel e EUA enquanto acontece o genocídio do povo palestino. Deixa sem negociação para impedir a vitória de greves como a dos técnicos administrativos da educação [federal]. (Leia aqui nosso panfleto sobre esse tema).
Então, companheiros, temos de apresentar uma alternativa a isso. E não vamos fazer isso atuando de forma fragmentada. Temos que estar unidos em um movimento de ação, onde se possa fazer as críticas entre nós, o debate não deve sumir, mas devemos estar em uma frente unida de luta. Nós do Reagrupamento Revolucionário viemos chamar as organizações a construir um movimento de luta contra o bolsonarismo que denuncie também a colaboração do governo Lula nos ataques contra a classe trabalhadora e a convivência que tem com o bolsonarismo. (Conforme já divulgado neste outro panfleto)
Um chamado que faço aos companheiros da CSP Conlutas, do PSTU e das demais organizações presentes, é que deveria ser reativado o Polo Socialista como uma frente de unidade de ação, não só como o bloco eleitoral que foi nas eleições de 2022. Esse seria um primeiro passo para começar a superar a fragmentação que temos na hora da ação, e começar a apresentar para a classe trabalhadora uma alternativa de fato real. Para demosntrar que pode existir um polo da classe trabalhadora [contra o bolsonarismo] que não se confunde com esse atual governo cheio de inimigos, como o próprio Ministro da Defesa [de Lula, José Múcio] que falava que tinha “amigos” na ocupações golpistas [que fizeram o 8 de janeiro de 2023].
Esse é o chamado que faço aqui. Por um 1º de maio de luta, de força e resistência para a classe trabalhadora, os socialistas e para os revolucionários!