Por que PT, PCdoB, PSOL e os sindicatos não estão organizando a resistência?
Com a crise do governo Bolsonaro, está mais claro que nunca que a “esquerda” institucional (PT e PCdoB) não quer fazer uma oposição séria à Reforma da Previdência e demais ataques, assim como não fez contra os ataques de Temer aos direitos dos trabalhadores. A cúpula do PT não quer se opor aos interesses do patronato porque espera voltar a governar com essa mesma classe podre de capitalistas, ruralistas, grandes acionistas de bancos e partidos corruptos com quem já governaram Lula e Dilma. Como a classe dominante aposta no governo Bolsonaro pra assegurar seus lucros e riquezas, explorando ainda mais o povo, essa falsa esquerda se submete aos interesses deles. Na correia dessa “esquerda” falida vão o PSOL e as direções das centrais sindicais.
O PSOL se concentra em fazer discursos e aparições no Congresso, mas os seus deputados não querem usar sua posição para construir uma luta junto com os trabalhadores e o povo. Eles esperam que a Reforma da Previdência seja evitada na votação no Congresso ou na Justiça por desgaste do governo Bolsonaro. Mas picuinhas entre parlamentares no máximo só vão adiá-la: salvo exceções isoladas e cada vez mais raras, a grande maioria dos parlamentares deve suas cadeiras aos empresários que bancaram suas campanhas. A direção do PSOL acha que uma luta real contra a Reforma é “radicalismo irresponsável”. Como o PT, eles acreditam que a solução da crise é o PSOL ser eleito pelo povo pra governar o capitalismo de forma “humana” com o “patronato responsável”, como Boulos deixou claro ano passado. “Responsabilidade” para eles significa deixar o povo se lascar na mão do Congresso até lá.
Já as centrais sindicais CUT e CTB são dirigidas por parasitas, que usam seus cargos pra conseguir prestigio e privilégios – e das outras grandes centrais nem se fala, todas submissas aos patrões. Essas duas seguem à risca uma cartilha de desmobilizar os trabalhadores, focando em aumentar o apoio eleitoral do PT e PCdoB. Não querem deixar os trabalhadores expressarem sua revolta e seu grande poder de paralisar a economia pra derrotar os planos da classe dominante. É por isso que os sindicatos ficam passivos enquanto a nossa vida vai piorando e nossos direitos vão sendo arrancados, nos deixando sem futuro.
Muitos trabalhadores já perceberam a grande enganação que é a “novidade” do governo Bolsonaro (pra manter toda a velha política), mas ficam desorientados diante da traição do PT e PCdoB, da passividade do PSOL e do vergonhoso “sumiço” e lerdeza das centrais sindicais que dizem defender os trabalhadores. Deveria estar acontecendo um escarcéu nesse país: greve geral, bloqueio de rodovia, piquete em porta de empresas, protestos diários e humilhação pública dos políticos, até eles desistirem de seus ataques contra os trabalhadores. Mas hoje continuamos como se “nada estivesse acontecendo”, esperando a velhice de miséria que nos espera.
Precisamos de uma Frente Nacional de Lutas que unifique nossas forças!
Diante disso, nós do Reagrupamento Revolucionário temos insistido que é necessário criar um órgão que unifique todos os trabalhadores que percebem a necessidade de resistir pela luta a esses ataques contra nós. Esse órgão, uma Frente de Lutas dos trabalhadores, deve buscar reunir todos os grupos existentes que visam lutar contra a opressão do povo: esquerda radical, sindicatos e oposições sindicais combativas, ativistas feministas, negros e LGBT, etc… que organize imediatamente um plano de atividades para a ação: protestos, panfletagens, diálogo com a população, piquetes, greves.
Ainda que comece pequena, uma Frente de Lutas é o que precisamos para sair desse momento de desorganização em que os trabalhadores não veem um caminho para se mobilizar na defesa dos nossos interesses. Ela será esse ponto de referência que poderá unificar e mobilizar cada vez mais setores dos trabalhadores pelo exemplo e pela ação, expandindo as demandas levantadas pela Frente conforme essa também se expanda para refletir as necessidades dos vários setores dos trabalhadores. Fazemos um chamado a todos os militantes e trabalhadores para que venham dialogar conosco sobre a criação de comitês de ação em nível municipal e local, rumo à construção de uma Frente Nacional de Lutas.
Mas sem lutas constantes, as conquistas de ontem serão arrancadas amanhã, como estão fazendo hoje com nossas aposentadorias. Os grandes capitalistas não aceitam as mudanças que melhorem a vida do povo. O Reagrupamento Revolucionário é uma organização socialista que luta para a construção de um partido revolucionário de trabalhadores com maioria de mulheres e negros. Precisamos lutar por uma revolução socialista que torne os trabalhadores os donos coletivos de todas as riquezas da sociedade, que nós mesmos produzimos, e que garanta condições de igualdade e dignidade para todos. Esse é o significado verdadeiro do socialismo e por isso os ricos e poderosos odeiam tanto essa palavra. Não se engane: os trabalhadores têm todo o interesse em lutar pelo socialismo!
POR UMA FRENTE NACIONAL DE LUTAS CONTRA AS “REFORMAS”!
PELO TOMADA DAS GRANDES EMPRESAS POR SEUS TRABALHADORES!
POR UM GOVERNO REVOLUCIONÁRIO DE COMITÊS DE TRABALHADORES!