Ato contra o aumento da passagem de ônibus em Resende/RJ

No dia 9 de fevereiro, ocorreu um protesto na rodoviária velha, na cidade de Resende/RJ, contra o aumento do preço e a situação do transporte. Abaixo, postamos um panfleto distribuído no ato, que ajudamos a produzir e com o qual temos acordo político.

Panfleto distribuído por Luiz Henrique, professor do estado do RJ

Original postado em: https://ratosnababilonia.wordpress.com/2023/02/08/a-luta-pelo-transporte-publico-seguro-de-qualidade-e-para-todos-passa-pela-tarifa-zero/

A luta pelo transporte público, seguro, de qualidade e para todos, passa pela tarifa zero!

Vivemos em um sistema que é movido pela ganância daqueles que exploram os trabalhadores, permanentemente em crise e que transforma os direitos de todos no lucro de poucos: o capitalismo. A cada dia perdemos algum direito e alguma parte das nossas vidas passa a ser usada para gerar lucro para algum burguês decadente, que sequer é capaz de acompanhar os avanços da sociedade. Vejamos o caso do transporte público.

Já sabemos hoje que o modelo de cobrança por catracas, onde quem paga é o passageiro, é uma forma bastante ineficiente de financiar o transporte público. Seja porque forçosamente leva o empresário a aumentar o número de passageiros por veículos, o que leva a ônibus cada vez mais lotados e diminuição do número de coletivos em circulação nas linhas; seja porque o constante aumento de preços afasta os usuários e leva a que esses empresários, para não quebrar, sejam cada vez mais subsidiados por dinheiro público.

Ou seja, os empresários recebem duas vezes: uma quando o passageiro efetivamente embarca, e outra cada vez quando a prefeitura o subsidia sob a justificativa de que a empresa “não vá a falência” (e muitas vezes isso pode acontecer de forma “disfarçada”). E este ciclo prossegue, e cada vez mais continuarão entregando um serviço ruim para poderem aumentar a taxa de lucro…

Mas já existe uma forma mais justa e eficaz de financiar o transporte público: a tarifa zero, onde é a prefeitura que paga diretamente pelo serviço, não por passageiro, mas por quilometro rodado. Essa modalidade, chamada “tarifa zero” estimula o uso da população ao transporte público, reduzindo o impacto no trânsito e na poluição, estimula o aumento de coletivos, evitando a superlotação e permite uma melhor fiscalização e gestão por parte dos órgãos públicos. Já existem no Brasil 45 cidades utilizando o modelo de tarifa zero, que não só melhorou a qualidade do transporte público, como baixou o preço final da passagem pago pela prefeitura.

Mas não basta apenas mudar a forma como a passagem é cobrada, é preciso mudar também quem paga. É fato que grande parte do volume de tráfego nas cidades na hora do rush é causado pelo deslocamento da massa de trabalhadores que irão gerar lucro para as empresas. Nada mais justo então que os patrões arquem com custo do transporte público. E de fato numa cidade que abriga diversas empresas multinacionais como Resende, esse valor sequer seria tão significativo diante do valor que é produzido pelo trabalho nessas empresas.

Mas se queremos realmente pensar na qualidade do transporte coletivo, é preciso que ele não ser mais gerido por empresários gananciosos ou indicados dos corruptos políticos tradicionais da região. Ele precisa estar sob controle direto dos próprios trabalhadores, em diálogo permanente com comitês formados pela população, e isso requer um modelo de empresa 100% pública, e completamente voltada para a qualidade do serviço.

Mas essas transformações só podem ser alcançadas mediante a nossa luta e nossa organização. Por isso é importante nos articularmos nos locais de estudo e trabalho, buscarmos nos fortalecer coletivamente para enfrentarmos as injustiças e irmos além das migalhas que são jogadas da mesa dos poderosos. Se enganam aqueles que acham que podem reformar o capitalismo, a única forma deste sistema continuar existindo é jogando a crise permanentemente nas costas dos trabalhadores.

É muito importante que busquemos nossos sindicatos, associações de moradores, grêmios estudantis para exigirmos a organização desta e de outras lutas, através de reuniões democráticas e atos periódicos, fortalecendo iniciativas de maior alcance como a Frente Popular Democrática de Resende. Nossos direitos nós não pedimos, nós exigimos! Somente a luta muda a vida!