Paralisação dos Educadores de Maricá

POR QUE OS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO DE MARICÁ ESTÃO PARALISANDO HOJE, 26/4?

São muitos e graves os problemas que estão afetando nossa rede municipal de educação, que tem passado por uma expansão, mas sem a qualidade necessária: escolas funcionando em contêineres há anos, salas cada vez mais lotadas, falta de funcionários de diversos cargos, falta de professores mediadores. Os professores não tiveram a pauta da migração de 30h e 40h atendida. Os servidores administrativos não tiveram o mesmo reajuste que os professores e estão com seus salários corroídos pela inflação. Os trabalhadores terceirizados seguem enfrentando salários baixos, ausência de direitos e atrasos no pagamento. Além disso, há uma proposta de nova reforma da previdência que o ISSM repassou à prefeitura, porém sem qualquer transparência, nem participação dos trabalhadores, e há risco de envolver novo aumento da contribuição.

Em 2022 conseguimos algumas conquistas importantes. Mas ainda há muito a se fazer e não podemos ficar na passividade, aguardando a “boa vontade” do governo. Por esse motivo, nós trabalhadores da educação municipal, estamos fazendo uma paralisação e um ato nesse dia 26 de abril de 2023, como primeiro grito de protesto contra essa situação.

Diante de tudo isso, não é possível apostar em negociações “a frio” com a prefeitura e a Secretaria Municipal de Educação, como algumas vezes já agiu o nosso sindicato. Não é aceitável tirar fotos sorrindo como se fôssemos “amigos” das chefias da SME, em eventos em que estavam representando o SINEDUC. O sindicato somos nós, trabalhadores, mas precisamos retomá-lo para uma postura combativa e para isso é preciso participar de todas as suas assembleias, atividades e paralisações aprovadas, como deste dia de hoje.

Temos que apostar em um caminho alternativo: construirmos campanhas fortes, que coloquem prefeitura e SME contra a parede. É somente assim que nós, trabalhadores, conquistamos algo numa sociedade dividida entre exploradores e explorados. Governos vêm e vão. Alguns fazem concessões, outros são mais “duros” na relação com os trabalhadores, mas todos estão a serviço de manter essa estrutura. Temos que confiar nas nossas próprias forças.

DA PREFEITURA, exigimos: que nos receba e que dê respostas concretas à pauta construída em nossas assembleias: melhores condições de trabalho nas escolas, mais funcionários de apoio; fim das terceirizações, melhoria de salários dos trabalhadores terceirizados como exigência às empresas; construção de escolas; ganho salarial para os servidores administrativos; não à reforma previdenciária municipal; Auxílio Mumbuca para os aposentados; migração para 30h e 40h já; concurso público para todos os cargos da educação; revisão do PCCR do Administrativo.

NO NOSSO SINDICATO, precisamos garantir: manter a frequência das assembleias, uma nova já em maio; criar uma campanha por nossas pautas para divulgar e popularizar essas reivindicações, pois a questão não vai se resolver com apenas um dia; mais boletins denunciando as condições da rede, para distribuirmos em todas as unidades em diálogo direto com o chão da escola.

PENSAR TAMBÉM NO LONGO PRAZO: precisamos pensar também na construção de uma força dos trabalhadores em Maricá, que se organize e não seja “auxiliar de esquerda” da prefeitura do PT, mas uma força independente, capaz de falar e agir em nosso nome. O primeiro passo para isso é não ficarmos restritos aos trabalhadores concursados. Precisamos de uma firme aliança em defesa dos interesses dos terceirizados da rede (contra a terceirização, pela sua incorporação ao quadro de efetivos, e para que recebam imediatamente o Auxílio Mumbuca) e também de uma aliança ampla com outros movimentos sociais da cidade e de fora – como a atual luta nacional contra o Novo Ensino Médio e a BNCC, que estão destruindo a educação pública e que o governo Lula não pretende revogar.

Somente com experiências de unidade dos trabalhadores é que será possível transformar a fundo nossa sociedade. Se você tem acordo com essas ideias, venha conversa com a gente!