Saudação do RR ao II Encontro Internacional Leon Trótski

Conforme divulgamos anterioremente, nós do Reagrupamento Revolucionário estamos ajudando na organização do II Encontro Internacional Leon Trótski, que ocorrerá entre 21 e 25 de agosto (clique aqui para acessar a programação do evento). Reproduzimos a seguir uma breve saudação que preparamos para ser lida por nossos militantes que participarão do evento. Nos vemos lá!

[ATUALIZAÇÃO] Clique aqui para acessar os vídeos com as intervenções de nossos membros durante as Mesas Redondas presenciais e Simpósios Temáticos online do evento.


Saudações aos trabalhadores e aos militantes que nos ouvem nesse segundo Encontro Internacional Leon Trótski! Nós do REAGRUPAMENTO REVOLUCIONÁRIO somos uma organização que reivindica o trotskismo e luta pela reconstrução de uma internacional revolucionária – partido mundial necessário para preparar os trabalhadores na luta contra as burguesias, e que deve incorporar e atualizar o trotskismo contra o revisionismo que dominou o movimento nas décadas após a morte de Trotsky. Para conhecer nosso grupo, acesse o site RR4I.ORG.

Nesse ano de 2023, os trabalhadores se enfrentam com um cenário claro de destruição causada pelo sistema capitalista: devastação ambiental pela mudança climática, guerra e precarização do trabalho. O sistema dá mostra claras de que não pode ser reformado, não pode ser usado para resolver esses problemas cruciais da humanidade e dos trabalhadores e massas oprimidas em particular, pois somos nós que sentimos mais severamente seus impactos.

O sistema capitalista precisa ser derrubado, superado por meio da construção de um poder democrático dos órgãos dos trabalhadores (a ditadura do proletariado), que nos conduza a uma sociedade sem exploração, sem opressão e sem classes. O reconhecimento disso não é abstrato. Significa que os trotskistas coerentes devem se opor intransigentemente a todos os governos de colaboração com a burguesia, os quais partidos socialdemocratas e oportunistas apoiam em nome de obter reformas, deter a reação ou melhorar as condições de luta.

No BRASIL, a maior parte da esquerda apoia ou apoiou, de forma aberta ou velada, a subida ao poder de um novo governo do PT/PCdoB com a direita e que dessa vez conta com apoio do PSOL, inclusive grupos que se reivindicam trotskistas. Queremos afirmar a necessidade de uma postura clara de OPOSIÇÃO PELA ESQUERDA a tal governo da parte de revolucionários dignos do nome. Isso não significa deixar de batalhar por reformas, nem de fechar os olhos para a reação bolsonarista e fascista, contra a qual devemos estar alertas. Mas sim que o próprio caminho para obter reformas e deter a reação, sem aí parar, está na mobilização da nossa classe, coisa que o governo Lula-Alckmin frustra nos momentos cruciais, como ficou comprovado nas lutas recentes contra a contrarreforma da educação (Novo Ensino Médio) e contra as reformas retrógradas dos últimos anos. Enquanto isso, conduzem ou mantém uma série de ataques (benefícios às Igrejas reacionárias, contingenciamento de verbas da educação, teto de gastos/arcabouço fiscal) e governam junto a conhecidos neoliberais e inimigos do povo, inclusive bolsonaristas.

Na GUERRA DA UCRÂNIA, vemos os interesses do bloco imperialista hegemônico chefiado pelos Estados Unidos em ação, a partir de sua necessidade de combater o país dependente forte que é a Rússia, com seu poderio bélico herdado da antiga URSS, para conseguir maior hegemonia para seus capitais naquela região do planeta.  Ao contrário do que afirmam alguns na esquerda, a Rússia não é uma potência imperialista. Sua economia é equivalente à de um estado médio dos EUA, e suas exportações de capital são mínimas em comparação às dos centros imperialistas da Europa, EUA e Japão. As fortes sanções dos países da OTAN contra a Rússia, e não em sentido contrário, provam isso. A guerra se dá, já hoje, pelo controle da OTAN no lado ucraniano, com mais de 80 bilhões de dólares em armamentos. Não existe “revolução ucraniana”, e essa guerra não se trava no interesse na liberdade desse povo, mas para benefício da OTAN e dos EUA. Sem nenhuma simpatia pelo governo reacionário e oligárquico de Putin, contra o qual os trabalhadores e soldados russos devem manter suas lutas, e sem apoiar anexações, defendemos como trotskistas, que a tarefa principal nessa guerra é a DERROTA DA OTAN E DE SEUS APOIADORES. A denúncia do bloco militar da OTAN, seu desmonte e sua derrota é remover um obstáculo terrível que oprime os povos e facilitar as condições para uma revolução da classe trabalhadora da região, única solução duradoura que garanta a paz entre os povos.

Por fim, saudamos a luta dos trabalhadores e dos oprimidos contra as mais variadas formas de OPRESSÃO e contra o IMPERIALISMO, em especial aos camaradas de CUBA (local do primeiro encontro) que enfrentam o duplo desafio de fazer oposição à burocracia governante, mas também de defender as conquistas remanescentes da revolução contra a restauração do capitalismo, o imperialismo e a influência de correntes burguesas; situação similar àquela vivida pelos trabalhadores nos outros Estados operários deformados remanescentes: China, Coreia do Norte e Vietnã.

Viva o trotskismo e a luta dos trabalhadores! Por um renascimento de um marxismo consistente, que permita a formação do partido mundial da revolução socialista!